sexta-feira, setembro 29, 2006

Na Fila do Seguro Desemprego

Agendamento por telefone e atendimento com hora marcada na Caixa Econômica Federal. Três caixas atendendo após o horário do almoço. Mais de 20 pessoas sentadas aguardando o chamado. Em média 20 minutos de espera. Na mesma proporção das pessoas que eram atendidas, chegavam outras e assim, esta rotina se repete todos os dias da semana, resultado da dura realidade econômica de nosso país: desemprego, baixo crescimento, miséria, corrupção e impunidades.
Em cada indivíduo alí sentado, uma história, um fato, um valor diferente a receber. Muita gente; jovens, com roupas extravagantes, tatuagens, capacetes de motociclista na mão. Muitas mulheres, jovens, de cabelos pintados, piercings, calças transadas. Muitos rapazes, calça jeans rasgada, pulseira, cabelos arrepiados, barba por fazer. Homens de meia idade, calos nas mãos, semblante preocupado, cheios de esperança na dura realidade do brasileiro.
Ouve-se muita conversa, planos para o futuro. Pessoas que já conseguiram emprego e foram receber a última parcela do seguro a qual têm direito. Outras que não tem nenhuma perspectiva de voltar ao mercado de trabalho em breve.
Retratos humildes, angústias e sofrimento nos olhares. Pensamentos vagos que questionam a existência do seguro desemprego. Poderia deixar de existir se houvesse oportunidade para todos os nativos desta nação.
Outras caras alegres, aproveitando uma boa conversa. Pessoas que se encontram na fila. Encontrar amigos e conhecidos na mesma fila. Saber que ele ou ela também estão desempregados. Conhecer a dura realidade de um país corrupto e desigual.
Verdades, dificuldades, caminhos que se cruzam, esperanças que se perdem e se renovam.

terça-feira, setembro 26, 2006

Fim de Semana

Fim de semana entre os amigos, churrasco, diversão, conversas, descontração... Valorizo isso.
Estar rodeado de pessoas queridas, sem regras de horário, etiqueta, bom conduta, somente descontração.
Foi assim no domingo, animação, sorrisos e felicidades!!
Talvez uma pausa para recarregar as forças e continuar na caminha, em busca do sucesso.

quinta-feira, setembro 21, 2006

Até onde vai e começa a Corrupção!!!

Nos últimos tempos só temos ouvido falar de corrupção em nosso país, sangue-sugas, máfia dos bingos, da lotéricas, correios, enfim... só dá corrupção neste nosso amado Brasil.
Ontem estive numa cidade grande do interior paulista e pude sentir na pele o que é corrupção. Nesta cidade grande de trânisto caótico, procurei e encontrei uma rua mais tranquila para estacionar o carro. Onde parei havia uma placa dizendo que poderia estacionar no máximo por 2 horas e com a cartela. Procurei um "guardinha", tipo de zona azul, pra comprar a cartela e deixar à mostra no pára-brisas e não ter problemas.
Depois de lançar alguns olhares ao redor, vi vindo ao me encontro uma mulher de meia idade, negra, magrinha, baixa estatura, humilde com o bloco de cartelas de estacionamento.
- Quanto é? perguntei.
- São R$3,00 por 2 horas. Ela me respondeu.
- Mas se passar de 2 horas como faço? Perguntei, preocupado em não levar multa ou pior, ter o carro guinchado. A pobre coitada da mulher, com um olhar de esperteza dirigiu-se a mim com a seguinte proposta: - O Senhor vai alí fazer entrevista? Ela disse como quem conhece o local e por ter visto várias outras pessoas na mesma situação. Continuou: - Vai passar do horário. Mas se o senhor me der R$ 8,00 eu vigio o seu carro o tempo que for necessário e não deixo ninguém multar.
Fiquei surpreso com a proposta indecente, mas o desconforto de uma cidade grande, carro com placa de longe, fiquei ressabiado e respondi: - Tudo bem, toma R$ 5,00, destaca uma cartela, põe no pára-brisa e qdo eu voltar nós acertamos o resto. Ela concordou.
Após terminar minha missão, voltei para o carro e percebi que a mulher não havia destacado nenhuma cartela e veio me cobrando os R$ 3,00 restantes. Eu então expliquei pra ela:
- Você havia me cobrado R$ 8,00 para vigiar o carro, sendo R$ 3,00 da cartela e outros R$5,00 caso ultrapassasse do tempo limite ficariam pra você. Como você não destacou nenhuma cartela ficará com os mesmos R$ 5,00 que ganharia antes.
Ela olhou meio desconfiada, fazendo umas contas de cabeça e por fim concordou, pois a chuva apertava e começava a nos molhar. Então entrei no carro e partir.
Como a viagem era longa até chegar em casa, vim pensativo no caminho. Minha consciência pesou, pois acabara de permitir uma corrupção. Aquela mulher já é paga pela prefeitura para fazer aquele trabalho, aproveita-se que não há fiscalização e embolsa o dinheiro sem gastar nenhuma cartela de estacionamento. No final do dia simplesmente deve alegar que nenhum motorista quis pagar e que a polícia municipal não passa para multar... e dá-lhe conversa...
Confesso que até agora me sinto um pouco culpado e envergonhado. Não culpo a mulher, afinal, humilde como se apresentou e sabendo da roubalheira que temos em todo o país se viu no direito de levar vantagem também.

terça-feira, setembro 19, 2006

Páginas de Uma Vida de 35 Anos

Hoje é meu dia. Dia do meu aniversário. Um dia muito feliz e especial que prezo muito em minha vida. Mesmo que seja um dia normal como todos os outros, pra mim é muito especial, é o meu dia.
Hoje completo 35 anos de idade. Tenho muito, mas muito mais a agradecer do que a lamentar e arrepender-me. Deus tem sido muito misericordioso comigo e todos estes anos têm sido muito abençoados.
Aproveito para fazer uma retrospectiva destes 35 anos bem vividos, com muito amor, paz, derrotas, conquistas e muitas lições aprendidas.
1971 - ano do meu nascimento e batizado, felicidade dos meus pais;
1972 - nascimento do meu único irmão, quem respeito e amo muito;
1981 - fui o aluno vencedor da Maratona Cultural de Matemática e campeão de futebol no colégio.
1982 - fui aluno vencedor da Maratona Cultural de Ciências no colégio.
1983 - fiz a primeira comunhão; tirei 2° lugar em arremesso de peso no Torneio de Atletismo do colégio.
1986 - fui aprovado na prova de seleção para estudar no SENAI.
1987 - passei em primeiro lugar no vestibulinho para a Escola Técnica;
1988 - conheci a mulher da minha vida, futura esposa e genitora de minha prole; perdi minha avó paterna. Campeão de futsal no SENAI.
1889 - fui padrinho de Crisma de meu irmão. Meu primeiro emprego!
1990 - concluí o curso técnico de química sendo eleito o melhor aluno da turma;
1991 - Perdi o meu avô materno na mesma semana em que passei no vestibular para Engenharia Química. Trabalhei de recenseador do IBGE.
1993 - bolsa de iniciação científica na faculdade;
1994 - estágio em uma multinacional alemã;
1995 - Concluí a faculdade de Engenharia Química no final do ano, com méritos; fui o xerife (representante de turma nos 5 anos).
1996 - No início do ano entrei no meu primeiro emprego depois de formado, na empresa que trabalharia por 10 anos. Me acidentei de carro e Deus poupou a minha vida. No final do ano casei com a mulher da minha vida.
1997 - construção de nossa casa e momentos de muitas dificuldades financeiras;
1998 - Em meio a tanta dificuldade, nasceu nossa princesinha; fomos padrinhos de casamento de um amigo.
1999 - devido às dificuldades financeiras, minha esposa e nossa filha moraram longe de mim. Foi um ano de muita aflição;
2000 - compramos nosso primeiro carro;
2001 - Eu e esposa participamos do encontro de casais com Cristo - ECC. Perdi minha avó materna 11 dias depois do nascimento de nosso tesourinho. Conheci um pedaço da Europa.
2002 - travamos uma batalha para resgatar a saúde de nosso filho; perdi meu pai aos 67 anos. Fiz um curso muito bom de inglês.
2003 - mudamos novamente de cidade e vencemos a batalha pela saúde de nosso filho. Concluí minha pós-graduação em Qualidade.
2004 - Em meio aos novos amigos, voltamos para a cidade que havíamos morado antes.
2005 - Eu e esposa participamos do segundo ECC;
2006 - Estou numa página totalmente nova de minha vida constituída do título de mudanças, linhas de provação, parágrafos de fé, estrofes de esperança...
Meu Deus, muito obrigado pelos amigos, familiares, realizações.
Como desejo, não Lhe peço muito Senhor. Gostaria que apenas me abençoasse nos próximos anos como tenes me abençoado até os dias de hoje. Aumentai a minha fé e minhas obras. Amém.

segunda-feira, setembro 18, 2006

Ser Cristão.

As pessoas nos conhecem pelas nossas atitudes e gestos. Não adianta querer pregar uma coisa e fazer outra. No discurso e no papel tudo é aceitável, mas nos atos em determinadas situações é que externamos nossa essência, herança genética gravada em nosso DNA.
Com relação a nossa espirtualidade, extraímos da Bíblia que "... não podemos servir a dois senhores, pois não serviremos bem nenhum e nem outro..." Ou seja, ou servimos a Deus e todos os Seus ensinamentos ou não servimos. Apesar da Misericórdia infinita do Senhor, não podemos ser cristãos frios e nem mornos. Não existe mais ou menos para o cristão. Devemos ser o sal da terra e a luz do mundo.
Ouvimos falar muito de cristãos que são chamados "ratos de sacristia", que vivem dentro da igreja, confessando-se com o padre, participando de pastorais, trabalhos humanitários, não perdendo nenhuma missa, mas que perante a sociedade, através das atitudes não testemunham o Deus vivo em suas vidas.
Que cristão é esse que vive na igreja mas que não vive a Igreja doméstica em casa? Que cristão é esse que dá a paz de Cristo na missa, mas não vive a paz em família? Que cristão é esse que prega justiça e honestidade para os irmãos e nos negócios só pensar em levar vantagens?
Somos imperfeitos e cheios de pecados. Vivemos uma vida inteira errando e aprendendo. Só paramos de errar quando morremos, mas também quando morremos deixamos de acertar, errar e aprender.
Deus com sua infinita Misericordia, sempre nos perdoa e nos concede uma nova chance. Porém, nós como cristãos, devemos a cada erro, avaliar e redirecionar nossos passos no caminho para não escorregarmos nas mesmas pedras.
É preciso uma mudança de atitude, fazer sacrifícios e penitências para mudar e melhorar nossa vida. É um dom de vida buscar o amor, a paciência, o perdão, o arrependimento e a santificação.
Não basta somente arrependimentos todos os domingos diante do Santíssimo, é preciso uma mudança de atos, um querer ser melhor. Ser obediente e temente a Deus exige de nós uma doação.
Creio que muitos de nós falamos de Jesus como alguém importante na história. Muitas das vezes, contamos histórias sobre Ele, mas não vivemos seus ensinamentos em nossos corações. É preciso testemunhar a vida de Cristo em nossa vida.
Devemos nos preocupar se somos conhecidos como cristãos somente quando estamos na igreja. Devemos ser notados e reconhecidos como cristãos em todos os nossos atos, em todos os momentos da nossa vida, no convívio com a família, no respeito ao cônjuge, no amor ao educar os filhos, na paciência com os idosos, na postura nos negócios, na honestidade e na busca por um mundo melhor e mais justo.
Sejamos incansáveis na busca pelo amor entre os homens e que Deus nos fortaleça neste projeto.

sexta-feira, setembro 15, 2006

No Mundo da Fantasia de Nossos Filhos

Como é bom voltar a ser criança, relembrar as fantasias, os super-heróis, super poderes. Todos os problemas sendo resolvidos num piscar de olhos e no rítimo de nossa imaginação.
Eu e minha esposa temos vivido muito bem as fantasias de nossos filhos. Brincamos juntos, lemos historinhas, voltamos a ser crianças com eles.
As festinhas de comemoração dos aniversários sempre tem temas de fantasias. Já fizemos de Piu-piu, Ursinho Pooh, Meninas Super poderosas, Sítio do Pica-pau Amarelo, Chico Bento, Pequena Sereia, Homem-aranha, Cinderela, Batman, Branca de Neve e Liga da Justiça.
A alegria e satisfação de poder proporcionar aos filhos o tempo de ser criança nos enche o coração de ternura. Ainda bem que conseguimos nos programar para dispor de tempo para brincar com os filhos.
O mais importante disso tudo é que eu e minha esposa conseguimos ser super-herois para nossos filhos. Somos heróis porque dispomos de paciência para entendê-los, de amor para amá-los, de carinho para ouví-los, de sabedoria para educá-los.
Deus nos abençoe pais e mães, para que sejamos sempre heróis que nossos filhos possam se espelhar para seguirem o caminho do bem.

quinta-feira, setembro 14, 2006

Lições de Vida do Amigo Peba!

Ontem à noite o celular tocou, era um colega do antigo trabalho. Disse-me que estava arrumando umas coisas em casa e achou um papel com meu nome e o n° do celular. Resolveu ligar para conferir.
Conversamos um pouco sobre tudo: família, trabalho, a esposa dele que está grávida de 8 meses, o pai de 80 anos que está cego, precisando de cuidados de enfermaria, o filho dele que hoje completa 7 anos e tem atraso no desenvolvimento motor e intelectual.
Enquanto conversávamos lembrei-me da vida sofrida daquele homem de quase 40 anos. Desde que o conheço sei de sua luta com os problemas de idade do pai (que além da cegueira, sofre de incontingência urinária, fecal, entre outros males), do filho que não se desenvolve como uma criança normal (não fala, não anda, não tem coordenação motora, entre outros problemas), dos irmãos dele que mesmo conhecendo suas dificuldades, ainda deixaram o pai, necessitado de cuidados, por conta dele e da esposa.
Dentre tantas lições que aprendo com este colega, a maior de todas é a serenidade com que ele enfrenta todas as dificuldades da vida, sem praguejar, sem culpar ninguém, sem lamentar, sem desanimar.
Percebo em seus gestos, palavras e paciência todo o carinho que tem com o pai e o filho. Atencioso com a esposa e incansável na busca do bem estar da família.
Vejo neste homem, um testemunho de vida, uma lição de amor e superação, um exemplo de dedicação e plenitude.
Deus abençoe você e toda a sua família, meu caro amigo. Você é o exemplo de força de vontade e uma lição de vida para todos nós.

quarta-feira, setembro 13, 2006

Só o pó !!!

Ontem, dia de reforma em casa. Pedreiros quebrando paredes dentro e fora de casa para refazer o reboco com impermeabilizante contra umidade. Literalmente, depois do trabalho, lavei a casa.
Era pó para todo lado. Só o pó do Claudião pra limpar.
Tinha pó nos móveis, nos livros, no computador, nos quadros, nos ventiladores de teto, nas cortinas, nos lençóis, nas camas.
No meu cabelo só pó. Estava até duro de tanta sujeira.
Hoje continuei vendo pó pra todo lado. Aja ânimo pra poder limpar tudo.
Depois de todo trabalho duro pra retirar a sujeira, remover o pó, à noite eu só estava o pó.
Me acomodou na cama, feito a poeira acomoda-se nos objetos e só voltei ao mundo real hoje pela manhã ao acordar.

segunda-feira, setembro 11, 2006

Feliz Aniversário Meu Querido Filho!

"Meu querido filho,
Hoje é seu aniversário. Dou Graças a Deus!
Desejo que você tenha um dia muito especial e feliz.
Viva muitos anos! Cresça com saúde, graça e sabedoria. Que seja um menino bom, amável, corajoso, alegre, obediente, vencedor e com muito amor e mansidão no coração.
Eu, como seu pai, te abençôo hoje e sempre, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Parabéns! Beijos, papai."

Este foi o bilhete que deixei de manhã para meu filho que completa hoje mais um dia de vida.
À tarde, só nós de casa, fizemos uma festinha com bolo, refrigerante, brigadeiro, bolinha de queijo e coxinha. Alguns brinquedos e muito sorriso inocente de criança contente.
Acredito que nossa felicidade é conquistada e construída por nós mesmos. Afirmo isto, porque apesar da adversidade, temos vivido momentos muitos felizes em família.
Hoje, em especial, estamos todos explodindo de felicidade com o aniversário do nosso menino.
Percebemos também que ele está todo contente, com sorriso maroto e brilho no olhar.

Agradeço a Deus pela minha família, pelos talentos que Ele me confiou (nossos filhos), por encontrarmos na simplicidade e humildade de nossa vida, a razão pra viver a felicidade de todo dia.

domingo, setembro 10, 2006

Sem dinheiro no Pedágio

Certo dia da semana passada viajei no interior do estado de SP. A distância da cidade de origem até meu destino era de 255 km, por uma rodovia desconhecida. Após percorrer mais da metade do percurso lembrei-me que aquela rodovia poderia ter pedágio e eu estava liso, sem dinheiro na carteira.
Mal concluí este pensamento e avistei o posto de cobrança. E agora? Que constrangimento! O que deveria falar com o cobrador? - Aceita cheque? Pode me voltar troco? E redeshop? Imaginei inúmeras possibilidades.
Sem tirar o pé do acelerador e indo de encontro ao meu destino, não vi nenhuma placa de retorno. Por que não entrei na cidade lá atrás para tirar dinheiro no caixa eletrônico? - lamentei. Mas também não poderia, estava em cima da hora para a entrevista marcada.
Pelo pára-brisas, um pouco ofuscado pelos raios de sol daquela manhã linda, um pouco fria, mas ensolarada, podia observar a guarita do pedágio crescendo à minha frente. Crescia também meu desespero. Poderia falar para o cobrador ficar com um documento meu, celular, relógio na certeza de que em pouco mais de 2 horas voltaria pela mesma rodovia e pararia no mesmo pedágio. Mas pararia em outra guarita, não ia dar certo.
O pior seria se mandasse eu encostar e dar meia volta. - Sem dinheiro sinto muito, mas não poderá avançar. O cobrador me diria.
Se ficasse alí parado, perderia a entrevista, chegaria atrasado. E como me justificar ? - Olha psicóloga, não poderei comparecer porque estou preso aqui no pedágio. Ou poderia, simplesmente justificar meu atraso: - Desculpe pelo atraso, mas tive que retornar no pedágio, passar numa cidade próxima para tirar dinheiro e pagar a tarifa.
E se na cidade não tivesse o meu banco? Seria mais um enunciado da lei de Murphy.
A angústia daquela situação me deixava com as bochechas rubras e quentes. Que vexame! Tudo bem que estou desempregado, mas não ter dinheiro para pagar um pedágio, o único daquela rodovia.
O pior é que não podia nem praguejar, pois o asfalto estava conservado, em alguns pontos novo, tudo sinalizado. Se fosse uma estrada desleixada, poderia justificar ao cobrador, que não iria pagar porque como cidadão não via o dinheiro do pedágio sendo utilizado para melhorar e conservar a rodovia. Mas nem isso tentaria.
Que longos 2 km até chegar ao fim derradeiro!
Decidi checar a carteira. Eu poderia estar enganado e sofrendo à toa. Cadê a "marvada"? Não estava no banco do carona e nem no console, locais onde constumo deixar quando viajo sozinho.
Não vi também a carteira do despachante com o documento do carro e nem o celular, que deveriam estar nos mesmos locais. Será que saí sem carteira, sem o documento do carro e sem o celular? Só me faltava essa! Não ter dinheiro para o pedágio, não ter como sacar dinheiro no banco, passar toda esta vergonha, além de ser detido por estar dirigindo sem habilitação e documentação do veículo.
Sem parar o carro, vistoriei sob o banco, no tapete e nada de encontrar. Cheguei pensar em parar o carro, mas era tarde demais, já estava na reta da guarita. Eram 2, somente uma em funcionamento devido ao baixo fluxo de veículos.
Parei na cancela e quando já estava abrindo a boca pra fazer o discurso, vi no porta treco na lateral da minha porta um porta-níquel que sempre carrego comigo. Como já estava de boca aberta, disfarcei perguntando quanto era o pedágio e nem vi uma placa enorme na minha frente indicando as tarifas conforme o n° de eixos de cada veículo.
- R$ 4,60. Disse-me o cobrador. Calmamente, abri o porta-níquel e ví duas notas de um real e outra de 2 reais. Ufa! Entreguei ao cobrador. Mas ainda faltavam 60 centavos. Despejei as moedas na palma da mão, eram 6. Se cada uma for de 10 centavos estarei salvo da vergonha - pensei.
Na realidade, tinha uma de 25, duas de 10 e três de 5 centavos, totalizando R$0,60. Entreguei ao cobrador, peguei o recibo e segui em frente.
Graças a Deus!!! Que sufoco!!!
Na volta passei num caixa eletrônico.
Avisei minha esposa que não voltaria a tempo para levá-la no trabalho e nem as crianças na escola.
Depois de 5 minutos ela me liga de volta perguntando: - Onde está o porta-níquel com os trocados para eu pegar um ônibus?

sábado, setembro 09, 2006

Fim de Semana de Fórmula 1

Sábado de tempo nublado, ameaçando chover.
Nada de Ferrari, Schumacher, Massa ou Alonso, vivemos um campeonato muito mais gostoso. Na disputa as equipes Papai Speed, Filha Race e Filho Fast.

Após o almoço observei meus filhos brincando com carrinhos de fórmula 1 de plástico, igual estes brinquedos de doce. Como estava dando um pouco de briga, intervi e propus uma brincadeira diferente com os carrinhos.
Montei com eles um autódromo numa folha de papel de flip-chart. Desenhamos com giz de cera, uma pista muito irada, dividimos as casas, numeramos e colocamos as regras (... volte uma casa, avance outras quatro, etc...) e ficamos toda a tarde jogando o dadinho e avançando com os carrinhos.
Na última curva era um desespero, tinha uma regra que se caísse na casinha n° 44 o carro entrava nos boxes e só tirando no dado os números 2 ou 6 é que conseguia sair e entrar na reta final.
A brincadeira virou uma verdadeira competição entre pai, filho e filha. Demos muitas risadas. Torcemos muito e no final de 10 provas disputadas minha filha foi a campeã, o meu garoto em segundo e o paizão na lanterna.
Foi uma tarde de sábado muito prazerosa, sem pensar em problemas. Lembrei-me da infância e junto com os filhos vivemos esta deliciosa fantasia.

sexta-feira, setembro 08, 2006

Só a família pode mudar a sociedade.

Ao contrário do que muitos candidatos têm pregado nas campanhas presidenciais (que só se mudará o país através da educação), eu tenho uma visão íntima e diferente a este respeito.
Não acredito que deixar a criança o dia inteiro em uma escola resolva esta questão.

Quando somos crianças construímos nossas emoções através das reações à nossa volta.
Á medida em que crescemos, buscamos recriar um ambiente similar ao nossa lar de infância. Se fomos amados, buscaremos o amor; se fomos infelizes, viveremos inconscientemente buscando equilíbrio.
Podemos reparar esta verdade quando nos relacionamos com o mundo. Sempre buscamos a referência de nossos pais e do ambiente em que fomos criados.
Se hoje sabemos amar, é porque aprendemos com nossos pais, vimos gestos de carinhos e ternura. No entanto, se hoje, vivemos amargurados é reflexo de um convívio turbulento, cheio de mágoas e dúvidas.
Todos temos dentro de nós, um conceito dos valores que construímos durante nosso convívio com nossa família. Os valores de religião, educação, emoções estão em nós na forma de nossa consciência, através de nossos sentimentos. Porém se mudarmos nossa maneira de pensar sobre determinado aspecto, poderemos alterar nossa emoção que está ligada diretamente aos nossos valores.
Daí a grande responsabilidade dos pais dentro do lar. Se queremos que nossos filhos tenham valores que compreendam a justiça, honestidade, amor, perdão e respeito mútuo, é em nossa casa que construímos nas crianças estes valores. Como também deixamos de herança a elas a vontade de vencer, a capacidade de superação, o jeito de encarar os problemas e a vida.
mais do que nunca o saudoso papa João Paulo II teve muita sabedoria ao dizer que a família é a primeira igreja e a célula que define o rumo da sociedade. Se temos famílias estruturadas com pai e mãe presentes, consolidando a educação dos filhos, através de testemunhos de fé, coragem e amor, poderemos construir uma soliedade mais justa.
Mas ao contrário, nossa sociedade é o resultado do que temos visto: - famílias incompletas; casais que iniciam suas vidas como casal, sem matrimônio; valores destorcidos e globalizados no capitalismo.
Enfim é preciso valorizar a família como primeira escola, primeira igreja e ninho de amor, respeito e fé.

quinta-feira, setembro 07, 2006

Sejamos como Jó

... e disse Jó: " Nu saí do ventre de minha mãe, nu voltarei. O Senhor deu, o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor." Jo 1, 20-21.
"... sua mulher disse-lhe: Persiste ainda em tua integridade? Amaldiçoa a Deus e morre! - Falas, respondeu-lhe ele, como uma insensata. Aceitamos a felicidade da mão de Deus; não devemos também aceitar a infelicidade?" Jo 2, 9-10.
É preciso ter muita fé em Deus para aceitar os desígnos da vida. É preciso acreditar que se Deus é por nós nada nos atingirá. É preciso crer na misericórdia e providência Divina para continuar no caminho da vida.
É preciso confiar e se entregar nas mãos do Senhor, para que Ele guie nossos passos.
É preciso admitir que não somos nada sem o Espírito Santo. Nenhuma folha cai da árvore se não for da vontade de Deus.
É preciso ser fiél em nosso propósito para conseguir as Graças.
Que Deus, como nosso Pai, nos carregue no colo e nos direcione em tudo que iremos fazer, para que a cada dia, a cada negócio, a cada trabalho, a cada desespero, a cada ansiedade, a cada tristeza, a cada dificuldade, a cada vitória e a cada alegria possamos dar Graças e bendizer seu Santo Nome. Amém.

quarta-feira, setembro 06, 2006

SEMENTES

Podemos escolher o que semear, mas somos obrigados a colher o que plantamos.
Como cristãos devemos escolher as sementes do amor, da compreensão, da harmonia para plantar nos canteiros da vida e colhermos a paz com os vizinhos, amigos e colegas.
Como casal casado, devemos semear sementes de respeito, fidelidade, amor e paciência para colhermos reciprocidade e cumplicidade do cônjuge.
Como pais devemos plantar sabedoria, motivação, incentivo, diálogo no solo fertil, para colhermos, com nossos filhos, muitas conquistas, ternura, obediência, atenção e cuidados no fim da vida.
Como irmãos devemos semear perdão e humildade, para colhermos uma sociedade com fraternidade e solidariedade.
Como profissionais devemos semear honestidade, justiça e verdade, para colhermos um mundo mais igual, sem discriminação e violência.
Como filhos de Deus, criados à Sua imagem e semelhança, devemos semear o AMOR, o PERDÃO, a FÉ em nossos próprios corações, para colhermos em nossas palavras e gestos muita TERNURA, COMPREENSÃO, HARMONIA, AMOR E PERDÃO.
Esta é a receita para que sejamos um Lavrador que cuida e fecunda a terra e que colhe e distribui testemunho de fé, obediência e amor ao Senhor.

segunda-feira, setembro 04, 2006

É Hora de Recomeçar

Há momentos em nossa vida, em que uma porta se fecha e a mudança para o crescimento se faz necessária.
Neste momento temos que encarar a realidade, buscar novas oportunidades e seguir em frente nosso caminho, sem arrependimentos e com muita confiança no amanhã.
Tudo tem seu tempo, basta acreditar e ter fé que na hora certa acontecerá.
Sempre há o período para aprender, crescer, superar-se a si mesmo, desenvolver-se, semear e ver desabrochar o fruto de nosso trabalho e dedicação.
Todos nós aprendemos e ensinamos, crescemos e caminhamos, caímos e nos levantamos, choramos e sorrimos, buscamos, vencemos, caímos e, enfim, recomeçamos.
Tudo tem seu tempo. Chegou a hora de levantar vôo novamente, buscar novos horizontes, recomeçar, sofrer com a dor da perda e sorriso com a vitória em Cristo.
Sigo meu caminho, vou para onde Deus me levar.
Busco novos caminhos com a alegria de saber que para onde irei, novos amigos encontrarei, novos desafios terei e muitas vitórias hei de conquistar.
Tenho a certeza de que por onde passo, deixo saudades e muitas amizades construídas, muitas experiências vividas e as lições aprendidas, que me acompanharão por onde eu for.
Que Deus abençoe a todos, para que possam sempre se motivar diante dos desafios e superar os obstáculos que surgirem no caminho.

domingo, setembro 03, 2006

Um dia de Garçon

Ontem, pude sentir-me na pele de um graçon. Em nossa paróquia está havendo quermesse e como somos cristãos ativos na igreja, fui dar minha contribuição ajudando a servir mesas, pois
nosso grupo de base de casais foi escalado para trabalhar no dia de ontem.
Na chegada recebemos um colete laranja, bem chamativo, parecido com os de motoboys. Uma caneta e um bloquinho de anotações.
No início, colocamos todas as mesas e cadeira na rua em frente à Igreja, que fora interditada para o trânsito. Montamos umas 70 mesas com 4 cadeiras cada. Já suei de bicas carregando e aprontando tudo. Nem parecia que o clima estava frio.
Após a missa as pessoas dirigiram-se para as mesas. Nós "garçons" atendíamos a mesa, anotando o pedido, recebendo o valor em dinheiro (tudo só com fichas), indo ao caixa pra comprar as fichas e depois pegar os comes e bebes e levar até ao cliente.
O detalhe é que as barracas estavam dispersas de maneira que andávamos muito. Primeiro para comprar as fichas, a barraca do caixa era no centro, depois pra pegar as bebidas, a barraca estava numa extremidade e os espetinhos, pastéis na outra.
Em determinado momento a quermesse estava "bombando", muita gente, todas as mesas cheias, clientes estendendo os braços e chamando os "laranjas" a todo momento. Para complicar a situação, em determinado momento do fervo, acabou o queijo na barraca de pastéis e o pessoal não estava dando conta; na barraca de espetinhos não tinha um assado; a barraca de porção de frango, só havia frango congelado. Nós "laranjas" também não tínhamos atendimento preferencial nas barracas, enfrentávamos a fila, disputando cada ítem com os demais clientes que não esperam pelos "graçons" nas mesas.
Foram umas 4 horas de árduo trabalho, mas o final prometia maiores emoções. Por volta da meia-noite, começamos a recolher as mesas e cadeiras, depois varrer a rua, recolher o lixo. Estava bem cansado. Mas Graças a Deus valeu a pena.
Quando já não esperava por mais nada, só um banho e cama, a recompensa veio no final. O grupo de garçons já havia sido premiado com porções de frango grátis e enquanto esperávamos o desfecho, o grupo da barraca de espetinhos veio trazendo uma bandeja cheia de espetinhos de frango, carne, linguiça e kafta, aí o padre (um quarentão baixinho - tamanho do Danny Devito - usando uma boina que o fazia parecer-se com o baixinho da kaiser) sugeriu uma liquidação dos espetinhos, vendendo-os a $0,50 (preço era R$1,50) para os trabalhadores do dia, foi uma festa.
Levei 2 para casa, um para esposa e outro pra filhota.
Terminei o dia, exausto, mas muito feliz e abençoado.