quarta-feira, junho 10, 2009

Sentar-se à Janela do Avião - by Alexandre Garcia

Recebi este texto por e-mail. Resolvi postar aqui, porque retrata nosso cotidiano atribulado.


"Era criança quando, pela primeira vez, entrei em um avião.A ansiedade de voar era enorme.Eu queria me sentar ao lado da janela de qualquer jeito, acompanhar o vôo desde o primeiro momento e sentir o avião correndo na pista cada vez mais rápido até a decolagem.Ao olhar pela janela via, sem palavras, o avião rompendo as nuvens, chegando ao céu azul.Tudo era novidade e fantasia.. Cresci, me formei, e comecei a trabalhar. No meu trabalho, desde o início, voar era uma necessidade constante.As reuniões em outras cidades e a correria me obrigavam, às vezes, a estar em dois lugares num mesmo dia.No início pedia sempre poltronas ao lado da janela, e, ainda com olhos de menino, fitava as nuvens, curtia a viagem, e nem me incomodava de esperar um pouco mais para sair do avião, pegar a bagagem, coisa e tal.O tempo foi passando, a correria aumentando, e já não fazia questão de me sentar à janela, nem mesmo de ver as nuvens, o sol, as cidades abaixo, o mar ou qualquer paisagem que fosse.Perdi o encanto. Pensava somente em chegar e sair, me acomodar rápido e sair rápido.As poltronas do corredor agora eram exigência . Mais fáceis para sair sem ter que esperar ninguém, sempre e sempre preocupado com a hora, com o compromisso, com tudo, menos com a viagem, com a paisagem, comigo mesmo.Por um desses maravilhosos 'acasos' do destino, estava eu louco para voltar de São Paulo numa tarde chuvosa, precisando chegar em Curitiba o mais rápido possível..O vôo estava lotado e o único lugar disponível era uma janela, na última poltrona.Sem pensar concordei de imediato, peguei meu bilhete e fui para o embarque.Embarquei no avião, me acomodei na poltrona indicada: a janela.Janela que há muito eu não via, ou melhor, pela qual já não me preocupava em olhar.E, num rompante, assim que o avião decolou, lembrei-me da primeira vez que voara.Senti novamente e estranhamente aquela ansiedade, aquele frio na barriga.Olhava o avião rompendo as nuvens escuras até que, tendo passado pela chuva, apareceu o céu.Era de um azul tão lindo como jamais tinha visto. E também o sol, que brilhava como se tivesse acabado de nascer.Naquele instante, em que voltei a ser criança, percebi que estava deixando de viver um pouco a cada viagem em que desprezava aquela vista..Pensei comigo mesmo: será que em relação às outras coisas da minha vida eu também não havia deixado de me sentar à janela, como, por exemplo, olhar pela janela das minhas amizades, do meu casamento, do meu trabalho e convívio pessoal?Creio que aos poucos, e mesmo sem perceber, deixamos de olhar pela janela da nossa vida.A vida também é uma viagem e se não nos sentarmos à janela, perdemos o que há de melhor: as paisagens, que são nossos amores, alegrias, tristezas, enfim, tudo o que nos mantém vivos.Se viajarmos somente na poltrona do corredor, com pressa de chegar, sabe-se lá aonde, perderemos a oportunidade de apreciar as belezas que a viagem nos oferece.Se você também está num ritmo acelerado, pedindo sempre poltronas do corredor, para embarcar e desembarcar rápido e 'ganhar tempo', pare um pouco e reflita sobre aonde você quer chegar.A aeronave da nossa existência voa célere e a duração da viagem não é anunciada pelo comandante.Não sabemos quanto tempo ainda nos resta.Por essa razão, vale a pena sentar próximo da janela para não perder nenhum detalhe.Afinal, 'a vida, a felicidade e a paz são caminhos e não destinos"

terça-feira, junho 09, 2009

Coisas que agradam o Coração!!!

Me sinto sem inspiração para escrever hoje.
Dia normal: trabalho, visitei minha mãe à noite; levei e busquei as crianças na escola.
Ah! Lembrei de algo interessante que irei compartilhar aqui!

Alguns colegas de trabalho quando fazem aniversário, um ou outro mais ligado, leva um bolinho simples, um biscoito diferente. Algumas vezes já saímos para almoçar com toda a equipe.
Hoje um colega fez aniversário e pela manhã, às 7h30, não fizemos o "parabéns pra você" e nem tinha um bolinho pra repartir a alegria com o aniversariante. Somente o cumprimentamos.

Confesso que isso me incomodou bastante. Por que alguns aniversários são mais comemorados e outros nem tanto, ou nem são?!

Na hora do almoço fui ao mercado e comprei três bolos simples: sabores laranja, abacaxi e coco e levei para o serviço. Comuniquei ao chefe que às 14h00 iríamos cantar o "parabéns" para comemorar o aniversário do colega!

No final, percebi que o colega ficou feliz pela lembrança e, melhor, não esperava por este gesto. Uma colega arrumou um suco e fizemos uma confraternização legal, logo depois do almoço.

Ah! Depois do almoço?! Que nada, mesmo de bucho cheio todos devoraram o bolo!

Senti-me feliz pelo humilde gesto!

Devemos fazer coisas para agradar nosso coração. A melhor receita é agradar os outros. Quando vemos a felicidade naqueles que nos cercam, nos sentimos felizes também.

Isso faz bem para nosso coração!!

segunda-feira, junho 01, 2009

Carro de Mulher - da Minha!

Tem porta-cd com um monte deles; tem papel de estacionamento no painel próximo do para-brisas; tem óculos escuros no vão da porta do motorista; tem papel no consólio; tem sobrinha no tampão de trás; tem papel de bala no tapete, caneta no vão da outra porta, agendinha no porta-luvas.
Têm pendrive, controle remoto do portão do trabalho dela, tem canetas avulsas, tem espelhinho, tem porta-treco.
Tem tanta coisa, tantas coisas, muitas coisas.
O carro parece uma ampliação da bolsa!
Ah! Tem também uma calota quebrada, um arranhadinho aqui e outro ali, mais um outro depois...
Tem também um aroma diferente, perfume de mulher...
Tem uma etiqueta que indica que troca de óleo está para vencer ou já venceu e ninguém viu!
Tem uns botões que não servem pra nada, ou que ninguém descobriu ara que serve.

Enfim, em carro de mulher tem muita coisa.

Em especial no carro da minha mulher, tem uma peça muito importante, entre o banco e o volante...
... a mulher que eu amo...
... e que enche o carro de tranqueiras, que vive lambendo o meio-fio com a calota...
Mas é a mulher que eu escolhi e pra quem dei um carro!