sexta-feira, setembro 29, 2006

Na Fila do Seguro Desemprego

Agendamento por telefone e atendimento com hora marcada na Caixa Econômica Federal. Três caixas atendendo após o horário do almoço. Mais de 20 pessoas sentadas aguardando o chamado. Em média 20 minutos de espera. Na mesma proporção das pessoas que eram atendidas, chegavam outras e assim, esta rotina se repete todos os dias da semana, resultado da dura realidade econômica de nosso país: desemprego, baixo crescimento, miséria, corrupção e impunidades.
Em cada indivíduo alí sentado, uma história, um fato, um valor diferente a receber. Muita gente; jovens, com roupas extravagantes, tatuagens, capacetes de motociclista na mão. Muitas mulheres, jovens, de cabelos pintados, piercings, calças transadas. Muitos rapazes, calça jeans rasgada, pulseira, cabelos arrepiados, barba por fazer. Homens de meia idade, calos nas mãos, semblante preocupado, cheios de esperança na dura realidade do brasileiro.
Ouve-se muita conversa, planos para o futuro. Pessoas que já conseguiram emprego e foram receber a última parcela do seguro a qual têm direito. Outras que não tem nenhuma perspectiva de voltar ao mercado de trabalho em breve.
Retratos humildes, angústias e sofrimento nos olhares. Pensamentos vagos que questionam a existência do seguro desemprego. Poderia deixar de existir se houvesse oportunidade para todos os nativos desta nação.
Outras caras alegres, aproveitando uma boa conversa. Pessoas que se encontram na fila. Encontrar amigos e conhecidos na mesma fila. Saber que ele ou ela também estão desempregados. Conhecer a dura realidade de um país corrupto e desigual.
Verdades, dificuldades, caminhos que se cruzam, esperanças que se perdem e se renovam.

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